sábado, 23 de janeiro de 2010

Weezer - Say It Ain't So




Dizem por aí que as aparências enganam. Pra quem viu a banda americana de rock alternativo WEEZER surgir em meados de 1994, só uma coisa deve ter passado pela cabeça destes: “olhem os perdedores que estão subindo no palco”! Caso estejam pensando que é nesse momento que eu contrario a afirmativa acima e digo que River Cuomo e cia não eram perdedores, estão enganados. As próprias músicas produzidas pela banda não negavam a história deles, “nerds” e “losers”. Mas foi justamente por essa nova aparência que surgia no cenário do rock que o Weezer alcançou o sucesso e em pouco tempo viravam os deuses musicais dos nerds.
Um único álbum e o Weezer já era considerado uma das bandas mais promissoras da década de 90. BLUE ALBUM, não é o nome oficial da obra, mas é assim que o trabalho de estréia do Weezer ficou conhecido (devido à capa ter os integrantes posando na frente de um fundo azul). Se me perguntarem, não negarei que esse é o álbum que mais gosto do Weezer, e mesmo depois de mais seis produções, nada parece ter superado a estréia fenomenal desse esquisito e adorado trabalho azul.
Caso apareça alguém para dizer que o fato deles serem diferentes e esquisitos não serve como requisito para fazerem sucesso, posso apresentar uma onda de argumentos: Acima de tudo, eles sabiam muito bem unir as coisas. Souberam unir suas influências clássicas de Pixies e Nirvana a um som único, souberam unir rock pesado a batidas leves, produzindo algo agradável e de fácil assimilação, além do fato de que as melodias criavam a atmosfera perfeita para as letras do vocalista Cuomo.
Se não foi argumento o suficiente, dou minha melhor indicação: SAY IT AIN’T SO. O terceiro single do Blue Album pode não ter sido o maior sucesso deles, mas é uma das maiores composições que o Weezer fez em toda sua carreira. A guitarra é trabalhada com perfeição, não é destaque apenas no solo encantador, mas é o elemento principal da música, na introdução, na ponte, no refrão, enfim, em todo o som. Quanto à letra, Cuomo fala sobre o dia que encontrou uma garrafa de cerveja na geladeira de casa, que o fez lembrar o episódio de separação de sua mãe com seu pai. Ele acreditava que o fato do pai ser alcoólico fez com que eles se separassem, e isso podia estar ocorrendo novamente, mas com o padrasto.
Garanti que a principal força do Weezer estava na capacidade deles de unirem diversos elementos diferentes entre si. Pois bem, eis a principal fórmula do sucesso da banda: Souberam unir o universo nerd ao universo musical, agradando não só a aqueles que se identificam com as letras, mas também a todos aqueles que curtem uma boa música de rock.

quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

The Kooks - Gap



Só quem já foi a um show assistir uma de suas bandas preferidas sabe da emoção e alegria que invade seu corpo na hora que essa banda sobe no palco e acena para o público delirante. Aquela empolgação durante a primeira música, a energia liberada durante aquelas mais agitadas, a emoção de erguer suas mãos no ar durante as mais lentas, enquanto todos ao seu redor entoam junto os refrões que você tanto ouviu no seu rádio, com a diferença que a banda está na sua frente, cantando junto com você.
E naquele momento que começam os primeiros acordes de sua música favorita, é quando você sente que sai do corpo e torce para que aquele minuto dure pra sempre. No entanto, pode já ter acontecido com você, uma infeliz situação onde a banda escolhe não tocar essa música, sua preferida. Se for aquela faixa do cd quase desconhecida, há mais probabilidades disso ocorrer. Mas se é uma música muito querida por todos, e mesmo assim não é tocada em shows, é porque há alguma história por trás dela. Aconteceu comigo no show da banda THE KOOKS. Alguns dias antes do show descobri que não tocavam uma das músicas mais adoráveis deles, a linda GAP. Imaginei que havia uma história por trás dela, corri atrás, e descobri.
Formada em 2004, The Kooks é uma banda britânica de Indie Rock que vem garantindo sucesso, boas críticas, respeito e muitos fãs com seus dois únicos álbuns lançados. Gap se encontra no segundo álbum, KONK, que traz diversas músicas agitadas e dançantes, temperado com três ou quatro músicas mais calmas. Gap, que entra nesse time, tornou-se uma das músicas mais amadas pelos fãs do Kooks, mas ainda assim os britânicos jamais chegaram a tocá-la em nenhum show. Por quê? A resposta veio em uma entrevista ao jornal The Sun, feita com o vocalista da banda Luke Pritchard.
Gap foi escrita por ele e pelo baterista da banda Paul Garred. Quando Paul tinha 18 anos, seu pai faleceu, perda compartilhada pelo vocalista que também perdeu seu pai quando era criança. Quando tentaram tocar essa música após as gravações, a emoção tomava conta dos integrantes, e nas palavras de Luke, ele não conseguia lidar com isso. Por isso Gap é um tesouro que pode ser aproveitado apenas pelo álbum e infelizmente longe das setlists dos shows do The Kooks.
A música que pode ser interpretada em uma leitura mais superficial como se fosse direcionada a uma garota – quando pede, por exemplo, para que a pessoa não a deixe e aceite seu amor (“But don't go and take my love, I won't let you, I'm saying please don't go”), ganha diferente conotação quando a ouvimos sabendo que foi feita para seus pais, e parece muito mais bonita e emocionante também.
Eis a importância de procurar se informar quando há algo estranho como o fato de uma de suas bandas preferidas não tocar uma de suas melhores músicas no show. Podemos ficar chateados e aborrecidos, mas antes de tudo temos que respeitar Luke, Paul, a banda em si, pois respeito é primordial, tal como a compreensão de que nem sempre tudo ocorre como nós desejamos. Resta-nos curtir em nossas casas a belíssima Gap.

terça-feira, 5 de janeiro de 2010

Say Hi To Your Mom - Pop Music Of The Future



Quantas vezes não nos encontramos em uma situação de nervosismo onde tudo o que precisamos é de um lugar para deitar uma boa música para relaxar? Talvez eu não possa indicar o local ideal para seu descanso, mas tenho a música perfeita para um momento onde sua prioridade é ficar calmo: POP MUSIC OF THE FUTURE, da banda SAY HI TO YOUR MOM.
A banda tem suas curiosidades, começando pelo fato de que não é bem uma banda. Say Hi To Your Mom é na verdade um projeto de um único artista, Eric Elbongen. Nascido na Califórnia, Eric compõe, canta, toca e cria sons no computador para criar belos produtos finais como música. Em tour, alguns amigos o acompanham para tocar algumas canções, e quando não estão presentes, Eric toca com o auxílio de máquinas que ele chama de robôs, que criam os sons necessários para o show sair da maneira que deve ser. Outra curiosidade é quanto ao nome que, embora inusitado e criativo, foi diminuído recentemente apenas para Say Hi. Uma pena.
Mas a mudança de nome da “banda” não altera a qualidade de suas músicas. Em algumas, Eric se utiliza de batidas eletrônicas que se repetem e criam uma atmosfera dançante se contrastando com sua voz calma, em outras Eric parece criar a melodia para acompanhar perfeitamente seu tom relaxante de voz, onde entra Pop Music Of The Future. A canção abre o segundo álbum da banda – Numbers & Mumbles – e com uma levada eletrônica tranqüilizante é capaz de cativar instantaneamente aquele que a ouve pela primeira vez.
Cada um tem seu método para relaxar, alguns contam até dez, outros preferem meditar, alguns gostam do silêncio, outros só relaxam após muito barulho. Mas para aqueles que gostam de relaxar com um sonzinho no rádio de cabeceira, Say Hi traz a música ideal, misturando elementos sonoros criados no computador com uma das vozes mais fleumáticas do cenário musical.