segunda-feira, 31 de maio de 2010

Incubus - Dig


As "Granadas Luminosas" é o título de um álbum sensacional mesmo. Tanto na arte linda do encarte quanto nas composições caprichadas da banda INCUBUS. Conversando com fãs da banda, o pessoal parece mais conservador e prefere os cds antigos da banda (Light Grenades é o mais recente, 2006). Eu discordo, o último cd tem canções lentas e bonitas, uma guitarra marcante nos arpejos, alguma músicas fortes e pesadas como sempre, e segura a melhor característica da banda: as letras inspiradas.
Da última vez, quando falei de como o amor dói, foi um aperitivo da gama de boas letras do Incubus, mas algumas pessoas ainda podem considerar um clichezim uma música falando de amor. Então vamos brincar com uma letra diferente, que fala sobre mudanças, egos, pessoas convencidas, garotas maníacas com uma pá na cabeça de um moçoilo...

Dig é uma música profunda, e se você sabe inglês - e sabe o que significa o verbo "to dig" - você me acha um animalzinho por essa piada infame. Se você duvida da originalidade das letras de Incubus, veja essa:
[SAP]"Então quando a fraqueza aumentar meu ego, eu sei que você vai contar com meu "eu" do passado. Se eu me transformar em outro, me desenterre de debaixo daquilo que estiver cobrindo a melhor parte de mim."[/SAP]
Não sei quanto a você, mas eu acho genial uma canção que fala, de uma forma até narrativa, sobre alguém que muda de personalidade e busca em outra pessoa uma alternativa de se redimir e voltar a ser o que era antes. Muitas pessoas quando se tornam 'convencidas' (popularmente falando), negam suas mudanças, e por mais que alguém tente alertar ou ajudar essa pessoa a retomar sua humildade, ela se fecha ao mundo. O "personagem" da canção do Incubus não age assim, e antecipadamente pede para que outra pessoa a traga de volta caso essa fraqueza se manifeste... Confuso demais, ou deu pra entender o raciocínio?
No mais, todos irão concordar que é uma boa letra para uma reflexão básica, afinal, todos nós somos vulneráveis a esse tipo de fraqueza! E você, o que faria para evitar se tornar uma pessoa chata e convencida?

E pra não dizer que não falei da melodia, Incubus conseguiu encaixar esse enredo em uma batida bem suave, um dedilhado de guitarra gostoso, e um refrão que gruda na cabeça. Bem verdade que até parece uma musiqueta de amor para quem ouve ignorando a letra, mas isso não muda a essência da canção. Enfim, pacote completo pra você levar pra casa, uma música que pode tocar em suas playlists por um boooom tempo :)

sábado, 22 de maio de 2010

Death Cab for Cutie - A Lack of Color


Diretamente da máfia de músicas feitas para se relaxar - onde já lhes apresentei canções de Say Hi to Your Mom e Coldplay - largo na mão de vocês DEATH CAB FOR CUTIE e uma de suas obras-primas: A LACK OF COLOR.
Descrever essa canção é tão difícil quanto descrever a banda Death Cab. Os rótulos carimbam: "Indie Rock". Ok. Mas e quanto à sonoridade e o sentimentalismo imposto nas produções da banda? Guitarras e riffs assombrosos ou um violão folk? Um ritmo barulhento de shoegaze ou um tecladinho bacana de piano-rock? As pessoas tem a necessidade de falar em gêneros ou classificações para apresentar uma banda para alguém, e isso pode até funcionar em muitos casos, mas não com Death Cab for Cutie.
Um dia a revista Rolling Stone disse sobre o som deles: "[produzem] canções melancólicas sobre um sentimento simultaneamente inteligente e confuso, totalmente romântico, mas tratando o amor com cautela". E então podemos ter a ideia de que estamos falando de um som complexo e até paradoxal. Afinal, alguém que é romântico deveria estar totalmente entregue ao amor, não agindo com cautela, certo?
Vamos brincar então sobre a música A Lack of Color. Dê um play no vídeo pra acompanhar. Primeiro, notamos que o nome da canção é "Uma Falta de Cor", mas logo ao ouvir o começo da música, é como se diversas cores estivessem pulando na sua cabeça, não algo psicodélico e alucinante, mas cores de uma aquarela, cores pinceladas em uma paisagem bonita aleatória. Agora, se você pegar a melodia separada da letra, é óbvio que você imaginaria algo romântico que você enviaria para sua namorada... não é? Vai lá ver a tradução então, vai! É algo que você se deprime só de ler. "Suplico para você voltar para casa, mas sei que é tarde demais, eu deveria ter te dado um motivo para ficar". Por fim, o que eu julgo mais chamativo da canção, ainda nesse campo de paradoxos, é perceber que é uma música muito forte (que fecha uma atmosfera ao nosso redor), e paralelamente consegue ser totalmente relaxante! Enquanto teoricamente seria uma música que sufoca e incomoda, acaba entrando para nossa máfia do relaxamento, citada no primeiro parágrafo. :D
Então talvez o segredo para falar em Death Cab for Cutie não seja citar gêneros e classes musicais, mas sim descrevê-la através dos sentimentos despertados na gente ao ouvir uma canção deles. Ajude, portanto, a definir Death Cab. Quais sentimentos A Lack of Color despertou em você?

ps: post dedicado à Rúvila, fã nº1 de Death Cab e - não menos importante - minha namorada linda :)

quarta-feira, 12 de maio de 2010

The Kooks - Sway


Depois de passar por algumas músicas experimentais, músicas atmosféricas e músicas alienígenas, voltamos à nossa programação normal, com um sonzinho indie básico - e bem romântico, diga-se de passagem - pra envolver um pouco mais os apaixonados e a galera mais sensível que acompanha o blog.
E quando eu penso em algo indie-básico, logo brota um The Kooks na minha cabeça. Serei bem sincero ao dizer que não é do feitio deles produzir baladinhas e canções mais calmas no geral. Salvo alguns "GAP" da vida, podemos claramente notar que a pegada deles é algo mais folk e alegre. No entanto, quando eles resolvem mandar uma música romântica você tem que se preparar... eles são monstruosos!
SWAY é o tipo de canção que faz com que você diga "esses caras são ótimos" sem precisar ouvir outras produções da banda. É claro que pra quem ama esse universo musical, é até um pecado julgar uma banda por uma única faixa, seja ela ruim ou excelente (como no caso de Sway). Porém, é um mérito e tanto para o artista ter uma canção que instigue a curiosidade de quem a ouve, com a finalidade que busquem mais material da banda.
E esse é meu objetivo nesse post de hoje. Deixá-los curiosos e sedentos por mais material do The Kooks, pois vale muito a pena!
Preenchendo a cota básica do post, vamos para aquele momento onde eu tento descrever o som pra vocês, ou o que me encanta nele. A letra é simples, mas naquele estilo que gruda; você pode passar um bom tempo da sua vida com o refrão na cabeça "cause I need your sway, because you always pay for it", principalmente com os "and I, and I..." do senhor Luke Pritchard, o vocalista feio da banda. Mas, de longe, o melhor da música está no solo de guitarra. Li em algum lugar, talvez no encarte do album KONK deles, que Hugh disse que estava em um momento de inspiração excepcional no momento que criou aquele solo. E qualquer admirador da boa música há de concordar que ele provavelmente estava vivendo esse momento mesmo, pois ele criou um clima épico com a guitarra. Preciso lembrar que não é um solo pesado, se por acaso alguém relacionou as palavras "excepcional" e "épico" com aqueles bons solos de metais. Não. Pois um solo de guitarra pode ser algo mais calmo e muito bonito também, que te envolve, que te transporta, que arrepia qualquer um.
Ficou curioso para ouvir mais canções do The Kooks? Espero que sim, assim posso dizer que meu objetivo foi cumprido :)

quarta-feira, 5 de maio de 2010

Sigur Rós - Svefn-g-Englar


Alô pessoal, como estão? Espero que bem.
Há alguns posts atrás falei sobre a fantástica banda Sigur Rós, e falei com um pé atrás, supondo que poucos entenderiam a proposta dos músicos islandeses, e que dessa forma seria um post pouco aprovado por vocês, leitores bacanas do meu humilde blog.
No entanto, fui surpreendido; uma pancada de comentários amigáveis e interessantes surgiram, que além de me deixar contente, acabou por me trazer a ideia de comentar alguns comentários.
ANH? Comentar os comentários?
Isso mesmo. Não todos, é claro. Mas aqueles que sem dúvida enriqueceram a ideia de divulgação do post. Então vamos lá.
O Matheus Rego, que tem um interessantíssimo blog sobre filmes (http://boitedufilm.blogspot.com/), fez o favor de me lembrar através de um post dele que Sigur Rós possui um filme [um documentário na verdade] chamado Heima, relatando sobre a tour dos Islandeses em 2006. Claro que o filme é super artístico e tem a trilha inteira produzida pelo Sigur Rós, e para quem gostar da banda, não tenha dúvida que você deva correr atrás desse filme (estou correndo até hoje, kkk).
A senhorita Rúvila, uma moça muito bonita (ainda vou casar com ela, podem ter certeza), dona do blog http://minidesastres.blogspot.com/, lembrou-me que um dia aleatório eu disse para ela que Jonsi, vocalista do Sigur Rós, utiliza sua voz como um instrumento musical, já que de certa forma, está mais preocupado com a sonoridade que seus agudos podem criar, e com a harmonia que sua voz terá com o resto da canção, do que com a letra em si, que deixa como livre interpretação para seus ouvintes. Bem lembrado, mocinha! :)
O nosso amigo que atende pelo pseudônimo de Pobre Esponja (do http://pobresponja.blogspot.com/) não gostou da definição de "estranho" que dei ao Sigur Rós, acrescentando comicamente que estranho são as músicas da Ivete Sangalo, e essas coisas que ouvimos por aqui. Tudo bem, se assim preferirem, vamos chamar Jonsi e seus colegas de excêntricos, porque você irá concordar que eles não são nada convencionais, sim?
Por fim, quero deixar duas frases citadas nos comentários que achei excelentes e complementares ao post.

Da moça-poetisa Niemi (http://universo-in-verso.blogspot.com/): "A arte está na beleza daquilo que não está tão evidente..."

Do sempre sensacional em seus comentários, Italo Richard (www.todososouvidos.blogspot.com): "Gosto de tudo que busca originalidade, sem soar pretensioso e forçado. Sigur Rós me transmitiu essa sensação,e o fato do vocalista ter criado sua própria língua faz com que se crie um mundo a parte (que não é possível a todos), o que é, para mim, totalmente original. Até porque algumas coisas são feitas não para serem entendidas, mas para sentir! E eu senti boas vibrações ao som do Sigur Rós."

Depois de todo esse papo sobre Sigur Rós, deixo minha música preferida deles com vocês. São dez minutos de músicas, mas da última vez que coloquei um vídeo grande assim, ninguém reclamou, até chegaram a apoiar! E sei que quem quiser conferir mais da banda ouvirá pelo menos um trecho de SVEFN-G-ENGLAR, melancólica, bonita, excêntrica (rs), sensacional. Beijos. =*