Hoje eu estava pensando como Pinback consegue ser diferente de tudo o que já ouvi sem precisar de ousadia e experimentalismo. Não é como Sigur Rós, que é diferente de tudo por estar enquadrado em um universo de canções que quebram paradigmas e causam estranheza com suas belas composições. Pinback é meio folk, baseia suas músicas em cima de violões, alterna a voz grave e aguda dos vocalistas (como já dito aqui), e com tamanha simplicidade, criam um som único. Como eles conseguem isso? Refletindo nessa pergunta, resolvi escrever sobre essa dupla californiana de novo, repetindo a dobradinha Lifehouse-Pinback de poucos posts atrás...
PENELOPE, a música título de hoje, está inclusa no amazing BLUE SCREEN LIFE, mesmo álbum que contém Boo. A letra fala sobre a incrível história de um.... PEIXE DOURADO LOL. Sim, é uma letra falando sobre um peixe dourado inquieto que não deseja mais viver em seu mundinho, provavelmente um aquário... Algumas pessoas enxergam uma metáfora de algo "maior", como um ser humano cansado de viver em seu planeta, mas enfim, como eu sempre digo a interpretação vai de cada um. Eu simplesmente acho divertida a ideia de uma banda resolver fazer uma música sobre um peixe de estimação chamado Penelope. Não tem como ser mais espontâneo.
E assim já começamos a responder a questão principal do post. A espontaneidade de Pinback já os diferencia de muitas bandas que encontramos por aí no mundo atual.
Quanto à melodia, um dedilhado lindíssimo de violão introduz e carrega a canção nos ombros, enquanto ela cresce por meio da bateria, e claro, por meio do baixo delicioso, denotando uma outra característica 100% pinback: utilização e valorização do baixo na canção. Vamos convir que o baixo é um instrumento subestimado, tem gente que acha inclusive que o baixo não faz diferença em uma banda. ORA BOLAS. Ouça Pinback e veja o que uma boa exploração desse instrumento pode trazer como resultado :)
A alternância de vozes é linda, não é mesmo?
Confesso que mesmo refletindo sobre tudo isso ainda continuo achando misterioso o dom de Pinback de ser tão simples e tão diferente. Mas vale a conclusão que unindo espontaneidade, duas ótimas vozes, composições simplistas, um violão bem dedilhado e um baixo bem trabalhado, teremos excelentes produções musicais que valem estar em nossas playlists. A propósito, quando eu tiver um peixe dourado ele se chamará Penelope. E tenho dito.