Que o Radiohead lançou um album novo no último dia 18 de fevereiro, todo mundo já sabe, o já-querido The King of Limbs. Mas não é sobre o disco novo o assunto de hoje. Vamos retomar o já anfitrião do blog: IN RAINBOWS, o sétimo album dos cabeças-de-rádio.
Quando falei dessa obra, lá pelo fim de 2009 (com os posts sobre Nude e All I Need), comentei muito da minha percepção pessoal sobre o álbum, além da recepção do público. Melancólico como sempre, In Rainbows é carregado de emoções, desde o som do baixo repleto de beleza, aos falsetes de Thom Yorke, às metáforas e letras depressivas, enfim. Muita gente, por compará-lo com álbuns anteriores do Radiohead (como Ok Computer), o desprezava, mas como eu afirmei, é um álbum incrível que tem toda a vitalidade de uma banda no seu auge, e estamos falando do sétimo trabalho da banda, já bem veterana, portanto.
Hoje retomo a discussão sobre o In Rainbows trazendo como trilha a música bem ritmada, meio “deprê-alegre”, meio "não sei se danço ou choro", RECKONER. Certo dia em um fórum, um rapaz chamado Carlos Farias complementou muito bem minha ideia do álbum. Disse que teve a impressão de um Radiohead muito a vontade para criar o álbum, aonde as composições são muito orgânicas e tem suas influências bem deglutidas (citou soul, música africana), além de não ter partes específicas de rock ou de eletrônico, ou seja o que for, é simplesmente Radiohead.
Vejo que Reckoner ilustra perfeitamente isso. "Não sei se danço ou choro" pode ser vista como uma brincadeira minha, mas é uma sensação que a canção realmente causa. O baixo leva a música para um lado mais dançante enquanto o vocalista traz uma lamentação na voz, principalmente quando a marcante percussão dá uma pausa e Thom Yorke sussurra sua fala enquanto segundas vozes falam um quase imperceptível "In Rainbows" ao fundo, no clímax da música. A música não é rock, não é dubstep, não é jazz, não é rotulável. É Radiohead.
O desafio do dia é conseguir ouvir as segundas vozes fazendo um coro dizendo "In Rainbows" na parte que eu disse. Eu demorei um pouco pra ouvir. Uns dois anos, talvez.